Degradação, Recuperação e Renovação de Pastagens




Introdução
Intensificar um sistema de produção significa otimizar a utilização dos recursos que resultam no produto final. No caso de produção de leite a pasto, os dois principais recursos são a vaca e o capim. Para otimizar a interação entre esses dois recursos (animal e pasto) na produção de leite, é necessário que se conheça bem as características da planta e do animal, bem como os mecanismos pelos quais ocorre relação entre eles. Nessa primeira parte do trabalho, discutiremos alguns pontos importantes sobre a degradação das pastagens. Na segunda parte, o foco será no manejo do pastejo e como os resultados das recentes pesquisas têm orientado as estratégias de decisão de manejo e recuperação.

A recuperação de pastagens degradadas é uma das alternativas tec­nológicas que compõem os compromissos voluntários assumidos pelo Brasil na COP-15, realizada em Copenhague, e que preveem a redu­ção das emissões de gases de efeito estufa (GEEs), projetadas para 2020, entre 36,1% e 38,9%, estimando, assim, redução da ordem de 1 bilhão de toneladas de CO2 equivalente. Esses compromissos fo­ram ratificados na Política Nacional sobre Mudanças do Clima (Lei no 12.187/09) e regulamentados pelo Decreto n° 7390/10. Para efeito desta regulamentação, no caso específico da agricultura, foi estabele­cido o “Plano Setorial para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura”, o que se convencionou chamar de “Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono)”. 

Neste plano estão previstas diversas ações de capacitação e infor­mação de técnicos e produtores rurais, estratégias de transferência de tecnologia, pesquisa, fortalecimento da assistência técnica e extensão rural, incentivos econômicos, linhas de crédito rural, entre outras. Destaca-se o “Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono)”, instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que já disponibilizou R$ 3,15 bilhões no Pla­no Agrícola e Pecuário 2011/2012.

Degradação das pastagens
Degradação das pastagens é definida por Macedo e Zimmer (1993) como:
“um processo evolutivo da perda do vigor, de produtividade, da capacidade de recuperação natural das pastagens para sustentar os níveis de produção e a qualidade exigida pelos animais, bem como o de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e invasoras, culminando com a degradação avançada dos recursos naturais em razão de manejos inadequados”.

A Figura 1 ilustra esse conceito:



Estas considerações sobre o processo de degradação estão apresentadas numa sequência lógica, mas, na realidade, não são tão simples e nem sempre ocorrem nessa mesma ordem, podendo apresentar-se em diferentes sequências e graus, dependendo do ecossistema e do manejo utilizado. O próprio limite entre a fase de manutenção e o início da degradação ainda é objeto de pesquisa, pois para cada sistema de produção pode-se ter uma situação diferente. É razoável a suposição de que estes limites, estabelecidos por indicadores, sejam diferentes e se situem em faixas e não em valores fixos e pontuais. A verificação e a determinação de indicadores da sustentabilidade da produção em pastagens e na produção animal têm sido temas de vários projetos de pesquisa, pois são fundamentais para a tomada de decisões de manejo a fim de prevenir e/ou reverter a queda da produtividade. Neste ponto está o grande desafio que a pesquisa terá que esclarecer para a compreensão e solução do problema da degradação das pastagens.
Os produtores muitas vezes se deixam levar pela aparência momen­tânea do estado da pastagem e não usam as ferramentas importan­tes de predição de queda da produção, tais como variáveis compo­nentes da fertilidade, de propriedades físicas do solo e do estado nutricional das plantas.
Uma das características indicativas mais notadas no processo de degradação das pastagens é na capacidade de suporte animal ao longo do tempo. Quando a exploração pecuária é monitorada com certo grau de organização e critério, é frequente observar que, num primeiro momento, a capacidade de suporte para a mesma oferta de forragem é diminuída. Ao proceder-se um descanso ou veda da pastagem, o crescimento no período não é suficiente para manter a lotação anterior. Posteriormente, caso nenhuma ação de manejo seja tomada, a quantidade e a qualidade da forragem decrescem simultaneamente e o reflexo passa a ser mais acentuado no desem­penho individual dos animais. Nesta fase é possível que o relvado já não seja uniforme, possuindo áreas descobertas, sem forragem e com o solo exposto. Ocorrências de invasoras e pragas também podem ser notadas, pois a pastagem cultivada introduzida começa a perder a capacidade de recuperação natural pela competição exerci­da pelas espécies nativas.
Segundo Macedo (2001), se considerarmos a degradação das pasta­gens conforme as etapas a seguir, pode-se concluir que o acompa­nhamento criterioso da capacidade de suporte, em princípio, permite antecipar etapas mais graves do processo de degradação.



A observação da queda da capacidade de suporte, no entanto, não tem sido suficiente para conscientizar a adoção de ações de manejo de manutenção, o que tem obrigado posteriormente a utilização de alternativas de recuperação ou renovação mais onerosas e de difícil realização do ponto de vista financeiro.
A substituição de pastagens nativas por pastagens cultivadas a partir de 1970 foi de grande importância, especialmente no bioma Cerrado, fato que possibilitou grande crescimento no rebanho e, principalmente, na produção de carne e leite. No período de 1970 a 2010 a área total de pastagens cultivadas cresceu 12%, en­quanto que o rebanho cresceu 215% e a produção de carne cerca de 440%. As pastagens cultivadas, em sua grande maioria, foram estabelecidas em solos ácidos e de baixa fertilidade, deficientes principalmente em fósforo, cálcio e magnésio. Em muitas situa­ções, os solos utilizados eram marginais e até inadequados para a exploração agrícola.

Dos 173 milhões de hectares de pastagens no Brasil, 117 milhões de hectares são de pastagens cultivadas (Tabela 1), com lotação média de 1,0 animal/ha. Estima-se que mais de 70% das pastagens cultiva­das encontra-se em algum estádio de degradação, sendo que destas uma grande parte em estágios avançados de degradação. A pro­porção de pastagens em condições ótimas ou adequadas não deve ser superior a 20%. Das pastagens cultivadas, mais de 70% são do gênero Brachiaria, o que permite inferir que no Brasil são cultiva­dos mais de 80 milhões de hectares com pastagens dessa espécie. Dentre estas, 90% da área é ocupada por duas espécies: Brachiaria brizantha e Brachiaria decumbens. Para B. brizantha a predominância é da cultivar Marandu e, mais recentemente, aparecem as cultivares Xaraés e BRS Piatã. Na espécie B. decumbens, a predominância é da cultivar Basilisk.
Essa grande área de pastagem, quase em monocultivo, em solos de baixa fertilidade e com manejo inadequado, apresenta grande risco para a pecuária nacional, principalmente com o acelerado processo de degradação dessas pastagens. Estas estão presentes e distribuí­das em todos os estados e biomas do Brasil, em diferentes níveis de degradação, os quais são proporcionais à área ocupada pelas pasta­gens. Em regiões com solos arenosos e/ou com alto risco de erosão o problema é grave e o processo de degradação mais acentuado.
Considerando-se que a maioria da produção animal no Brasil é reali­zada a pasto, pondera-se que a degradação das pastagens é um dos maiores problemas da pecuária brasileira, refletindo diretamente na sustentabilidade do sistema produtivo. Levando-se em conta apenas a fase de engorda de bovinos, a produtividade de carne de uma pas­tagem degradada está em torno de 2 arrobas/ha/ano, enquanto numa pastagem recuperada e bem manejada pode-se atingir, em média, 12 arrobas/ha/ano. Mais grave ainda são as consequências da degrada­ção das pastagens, pois dada a grande extensão da área ocupada, os impactos atingem a degradação ambiental, com consequências nos recursos hídricos e no agravamento das emissões de GEEs.

O processo de degradação das pastagens tem início com a perda de vigor e queda na disponibilidade de forragem, com redução da capacidade de lotação e do ganho de peso animal. Em fases mais avançadas, ou concomitantemente, podem ocorrer infestação de plantas invasoras, ocorrência de pragas e a degradação do solo.



A recuperação de uma pastagem caracteriza-se pelo restabelecimento da produção de forragem, mantendo-se a mesma espécie ou cultivar. Já, a renovação consiste no restabelecimento da produção da forra­gem com a introdução de uma nova espécie ou cultivar, em substitui­ção àquela que está degradada (MACEDO et al., 2000). Outro termo frequentemente utilizado é reforma da pastagem, que é mais apro­priado para designar correções ou reparos após o estabelecimento da pastagem.
Para definir quais opções ou alternativas de recuperação ou renovação de pastagens serão utilizadas em cada propriedade é indispensável que se realize um diagnóstico com informações sobre a região, pro­priedade e as pastagens a serem trabalhadas. O diagnóstico engloba os sistemas de produção predominantes na região, mercados a serem atingidos, o sistema de produção da fazenda, entre outros. São de­terminados os índices zootécnicos, como lotação animal, natalidade, mortalidade, nas áreas a serem recuperadas ou renovadas e também levantamento detalhado das condições das pastagens, tais como: his­tórico da área, análise do solo, declividade do terreno, condições de conservação do solo, estádio de vigor e cobertura da pastagem, pre­sença de invasoras. Em função do diagnóstico decide-se por recupera­ção ou renovação, bem como que operações mecânicas, quantidades de insumos e manejo será adotado. Estas ações objetivam o resta­belecimento da produção de biomassa das plantas em um período de tempo determinado, com custos viáveis para o produtor, visando uma maior persistência da pastagem. Exemplo e roteiro para o diagnóstico podem ser encontrados em Kichel et al. (2011a,b).
A recuperação ou renovação pode ser efetuada de forma direta ou indireta. Define-se como forma direta quando no processo utilizam­-se apenas práticas mecânicas, químicas e agronômicas, sem cultivos com pastagens anuais ou culturas anuais de grãos. O uso intermedi­ário de lavouras ou de pastagens anuais caracteriza a forma indireta de recuperação ou renovação de pastagens (MACEDO et al., 2000; MACEDO, 2001). Esquema simplificado dessas alternativas é apresen­tado na Figura 1.


Recuperação direta

Esta prática, na maioria de suas modalidades, apresenta menor risco para o produtor e é aconselhada quando a pastagem degradada está localizada em regiões de clima e solo desfavoráveis para a produção de grãos, com falta ou pouca infraestrutura de máquinas, imple­mentos, estradas e armazenagem, condições de comercialização e aporte de insumos; menor disponibilidade de recursos financeiros; dificuldades de se estabelecer parcerias ou arrendamentos e neces­sidade de utilização da pastagem em curto prazo.
Dependendo do estádio de degradação da pastagem, pode-se es­colher dentre vários métodos de recuperação direta. Quanto mais avançado o processo de degradação, mais drástica será a interven­ção, com maior número de operações e custos mais elevados. Em geral, a recuperação direta pode ser categorizada pela forma como se atua na vegetação da pastagem degradada: sem destruição da vegetação, com destruição parcial da vegetação e com destruição total da vegetação.

Recuperação direta sem destruição da vegetação

Esta alternativa é utilizada quando a pastagem está nos estádios ini­ciais da degradação e as causas principais são o manejo inadequado e/ou deficiência de nutrientes. A pastagem deve estar bem formada, sem invasoras, sem solo descoberto e compactado e sem erosão. Deve-se ajustar a lotação animal e o sistema de manejo para a produ­tividade desejada. Avalia-se a potencialidade de produção pela análise do solo, clima do local e forrageira estabelecida. A recuperação pode ser feita com aplicação superficial e a lanço de adubos e corretivos, sem preparo do solo, com doses calculadas segundo análise química da fertilidade.
Recuperação direta com destruição parcial da vegetação
Este processo é indicado quando as pastagens estão em estádios intermediários de degradação e as causas normalmente são: manejo inadequado da pastagem, deficiência de nutrientes, compactação do solo, pastagens mal formadas, ou deseja-se introduzir leguminosas. Inicialmente, pode-se aplicar um dessecante na pastagem, em do­ses que permitam o retorno da vegetação, para facilitar as operações mecânicas e a introdução de consórcios quando for o caso. Se houver compactação do solo utiliza-se um subsolador ou escarificador, com ou sem dessecação. Não havendo compactação pode-se utilizar o plantio direto com plantadeira apropriada. Em ambos os casos pode-se efetuar simultaneamente a adubação, ressemeadura de sementes da forrageira, introdução de leguminosas ou de forrageira anual (como o milheto) para pastejo imediato, visando a amortização dos custos até o retorno da pastagem recuperada.

Recuperação direta com destruição total da vegetação

É indicado quando a pastagem está no estádio mais avançado de degra­dação com baixa produtividade de forragem, solo descoberto, elevada ocorrência de espécies invasoras (anuais ou espécies de retorno da vegetação natural), grande quantidade de cupins e formigas, solo com baixa fertilidade e alta acidez, compactação e/ou erosão do solo e o produtor deseja manter a mesma espécie ou cultivar. Esta é a opção de recuperação direta cujos custos são os mais elevados, pois exige opera­ções de máquinas para preparo total do solo e de práticas de conserva­ção. É também indicada quando é necessária a incorporação de correti­vos e fertilizantes de forma mais uniforme e profunda no perfil do solo. A mesma espécie forrageira é plantada imediatamente de forma solteira ou em consorciação com leguminosas.

Recuperação indireta com destruição total da vegeta­ção e uso de pastagem anual ou agricultura

Este processo pode ser utilizado quando a pastagem degradada estiver nas mesmas condições que o caso anterior, mas uma pasta­gem ou cultura anual será plantada como intermediária no processo de recuperação. Pode-se plantar imediatamente, após o preparo do solo, a mesma espécie forrageira como reforço ao banco de se­mentes já existente, em plantio simultâneo ou não com pastagens anuais, como o milheto, aveia ou sorgo forrageiro ou, ainda, com culturas anuais de arroz, milho ou sorgo granífero. Com esse sis­tema haverá amortização dos custos, valendo-se do pastejo animal temporário ou venda de grãos. O plantio solteiro de culturas anuais de soja, milho e outras também pode ser realizado, com a pastagem sendo plantada ao final do ciclo das mesmas, no ano subsequente ou após dois ou três anos, dependendo da análise econômica da situação específica. Esse sistema possui muitas vantagens porque permite a elevação da fertilidade do solo com amortização parcial dos custos, quebra de ciclo de pragas, doenças e invasoras, oti­mização da mão de obra, máquinas, equipamentos e instalações, diversificação do sistema produtivo, maior fluxo de caixa para o produtor e criação de novos empregos. Exige, no entanto, maior investimento financeiro, infraestrutura e conhecimento tecnológi­co. Não é necessário que seja estabelecido, após a recuperação, o sistema de integração lavoura-pecuária (SILP), mas as condições já foram iniciadas para tal.

Renovação direta

Esta opção, na maioria dos casos, é de sucesso mais duvidoso, pois tem como objetivo substituir uma espécie ou cultivar por outra for­rageira sem utilizar cultura intermediária. Baseia-se, principalmente, em tratos mecânicos e químicos, com o uso de herbicidas, para o controle da espécie que se quer erradicar. A substituição de espé­cies do gênero Brachiaria por cultivares de Panicum, uma das mais almejadas, nem sempre é bem sucedida dado o elevado número de sementes existentes no solo. O gasto de sucessivas aplicações de herbicidas e tratos mecânicos pode encarecer sobremaneira o pro­cesso. A substituição de espécies como Andropogon e Panicum por espécies de Brachiaria, no entanto, oferece melhor possibilidade de êxito. Outra troca potencial é a substituição de espécies de Brachiaria por espécies de Cynodon.

Renovação indireta com uso de pastagem anual ou agricultura

Esta alternativa é recomendada quando o estádio de degradação da pastagem é bem avançado, com baixa produtividade de forragem, solo descoberto, elevada ocorrência de espécies indesejáveis, grande quantidade de cupins e formigas, solo com baixa fertilidade e alta aci­dez, compactação e/ou erosão do solo e o produtor deseja trocar de espécie ou cultivar. É de custo mais elevado, exige conhecimento tec­nológico, infraestrutura de máquinas, equipamentos, armazenagem, acesso de estradas ou necessidade de parceiros e/ou arrendamento. As condições de solo e clima também devem ser adequadas para o plantio de lavouras anuais. Pode ser executada com a utilização de pastagem anual de milheto, aveia, sorgo e outras, ou culturas anuais de soja, milho, arroz, entre outras, no verão e pastagens anuais no outono/inverno, por tempo (anos ou ciclos) a ser determinado pelas circunstâncias econômicas locais e desejo do produtor. Após o cultivo sucessivo de pastagens anuais e lavouras e controle da forrageira a ser substituída, implanta-se a nova espécie ou cultivar. Também não precisa ser necessariamente estabelecido SILP, se o produtor não o desejar.

Sistemas de integração lavoura-pecuária (SILPs)

Estes sistemas podem ser estabelecidos nos casos em que lavouras e pastagens anuais são utilizadas como intermediárias na recuperação ou renovação de pastagens. Os SILPs têm-se mostrado eficientes na melhoria da qualidade do solo: propriedades químicas, físicas e biológicas; na quebra do ciclo de pragas e doenças; no controle de invasoras; no aproveitamento de subprodutos; no pastejo de outono em pastagens anuais, melhorando e mantendo a produção animal e de grãos, com fluxo de caixa mais frequente ao produtor, criando novos empregos e dando maior sustentabilidade a produção agrope­cuária. Associado ao uso dos SILPs, recomenda-se que o sistema de plantio direto (SPD) seja utilizado no plantio das pastagens anuais ou das lavouras tanto na recuperação, como na renovação de pastagens. Os efeitos desses sistemas são pertinentes quando estabelecidos em uma mesma área em esquemas de rotação. Esta prática é recomen­dada, principalmente, para a manutenção da produção das pasta­gens, quando estas têm apenas perda de vigor ou ligeira queda na produtividade ou em estádios bem iniciais de degradação, quando a fertilidade do solo, as propriedades físicas, a conservação do solo, a ocorrência de invasoras ou pragas não forem limitantes ao plantio de lavouras ou pastagens anuais em plantio direto.
Para adoção dos SILPs são necessárias diversas condições, que são determinadas pelo diagnóstico realizado na região e na proprieda­de, de acordo com os objetivos do proprietário, da disponibilidade e qualificação da mão de obra e do nível gerencial e operacional da propriedade. O tempo de exploração da lavoura ou da pecuária vai depender do SILP a ser adotado, podendo-se utilizar a pecuária por um período curto de meses ou até vários anos e retornar novamente com a lavoura e assim em ciclos sucessivos.
Em regiões com clima e solo favoráveis para lavouras de grãos, a pastagem permanece por períodos mais curtos de meses ou de anos. Se o objetivo maior for a produção de grãos, os ciclos de pastagem serão mais curtos, se for a pecuária, serão mais longos. A presença da pastagem nestes sistemas objetiva adequar a rotação de culturas, aumentando a produção de palha para o plantio direto, contribuindo para redução de pragas e doenças e de plantas invasoras. Nestes casos, a presença da pastagem por mais de 2 ou 3 anos tem sido mais eficiente. As lavouras nos SILPs têm um importante papel na elevação da fertilidade do solo, com amortização dos custos, e as pastagens na melhoria da qualidade do solo e quebra de ciclos de patógenos e de plantas invasoras.

É importante salientar que algumas culturas como milho e sorgo pos­sibilitam sua semeadura simultaneamente com forrageiras no plan­tio, tanto no verão, como na safrinha e, após a colheita da cultura, a pastagem estará em condições de ser utilizada (ZIMMER et al., 2007).

As vantagens da recuperação de áreas degradadas são muitas. Entre as principais estão a redução de custos e de riscos de pragas, o melhor uso da terra, o aumento da eficiência no uso da mão de obra e dos recursos de produção e de energia, além da redução de emissões de gases de efeito estufa por unidade de produto obtido. Atualmente, a produtividade média brasileira é em torno de 45 quilos de carne em equivalente carcaça por hectare. Com sistemas recuperados e melhorados, essa produtividade salta facilmente para 120 kg por hectare, em sistemas de cria-recria e engorda (ciclo completo).

Os benefícios para o meio ambiente também são evidentes. A recuperação das pastagens tem potencial para reduzir em um ano a idade de abate dos animais. Um bovino adulto é responsável pela emissão de aproximadamente 1,5 tonelada de equivalente CO2 por ano. No Brasil são abatidos em torno de 40 milhões de cabeças por ano. Se metade desse rebanho for criado em sistemas mais eficientes, pode-se estimar a redução da emissão de 30 milhões de toneladas de equivalente CO2 por ano, apenas com a redução da idade de abate, sem considerar-se, por exemplo, a fixação de carbono no solo pelo sistema.

Além disso, o manejo mais adequado das pastagens ajuda a preservar melhor os recursos de solo, água e biodiversidade. A adoção desses sistemas pode ainda gerar mais empregos e formação de pessoal, uma vez que eles exigem mão de obra mais qualificada.

O treinamento de técnicos e produtores e a adoção de novas práticas e tecnologias ainda são desafios a serem vencidos. Em sistemas ainda não degradados, os custos iniciais do sistema melhorado podem ser insignificantes, como apenas ajustes na lotação animal e reposição de nutrientes. Porém, se a área já estiver com avançado estágio de degradação, sendo necessária uma intervenção drástica, os custos serão mais altos, com risco de a recuperação não atingir o potencial anterior de uso da terra. Daí a importância do manejo adequado e da tomada de decisão de recuperação em estágios iniciais de degradação. Além disso, nas propriedades onde os sistemas de integração foram adotados, os resultados têm sido muito melhores que os obtidos no sistema tradicional. Muitas dessas tecnologias têm sido utilizadas por mais de duas décadas, o que comprova sua efetividade.

Em regiões com maior vocação agrícola, os sistemas melhorados, que utilizam recuperação de pastagens, usualmente agregam também outras melhorias, como gestão e controle sistematizados, melhoria da genética animal, suplementação mineral correta e terminação mais rápida dos animais, bem como educação e treinamento da mão de obra. No aspecto de sistemas agrícolas, os sistemas melhorados, que têm a produção animal como um componente, utilizam plantio direto com consequente melhor conservação de água e solo, com maior tolerância a variações climáticas e menor incidência de plantas daninhas, pragas e doenças. Finalmente, o que se busca com a recuperação de pastagens degradadas e sistemas de integração é um uso muito mais eficiente dos recursos produtivos, com menor gasto de insumos e energia, melhorando a sustentabilidade do sistema como um todo.


RESUMO VISUAL


Figura 3. Degradação e queimadas

Figura 4. Recuperação

Figura 5. Reforma



Referências bibliográficas
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Gado de Corte
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

http://agrosustentavel.com.br/



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