A operação Sem Desconto, deflagrada pela PF na quarta-feira (23), expôs um esquema de desvios que pode chegar a R$ 6,3 bilhões em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Dos R$ 6,5 bilhões repassados a sindicatos e entidades desde 2019, R$ 4,1 bilhões (63,75%) foram descontados nos últimos dois anos, sob a administração petista. A CGU aponta que os valores triplicaram de R$ 706,2 milhões em 2022 para R$ 2,8 bilhões em 2024, indicando um aumento significativo nas irregularidades.
O relatório da CGU, finalizado em setembro de 2024, entrevistou 1.273 beneficiários em todo o país, dos quais 96% afirmaram não serem filiados a nenhuma associação. “Há grande probabilidade de que os descontos tenham sido feitos sem autorização dos pensionistas”, afirmou o órgão. As investigações identificaram crimes como corrupção, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. Seis pessoas, incluindo Stefanutto, foram afastadas de suas funções.
Embora órgãos do governo Lula apontem indícios de irregularidades desde 2019, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), a auditoria destaca que o volume de descontos indevidos cresceu exponencialmente nos últimos anos. “O aumento súbito nos descontos associativos na folha de pagamento levantou alertas”, informou a CGU. A PF segue apurando a participação de sindicatos e entidades no esquema.
Com a investigação em curso, o governo promete medidas para ressarcir os prejudicados e reforçar a fiscalização no INSS, mas a extensão do dano aos aposentados ainda é incerta.