A missão brasileira, liderada pelo Ministério das Relações Exteriores e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), desembarcou na capital polonesa para discutir o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. A Polônia foi a primeira nação europeia a manifestar oposição ao tratado, seguida pela França, que intensificou as críticas. No entanto, o embaixador do Brasil na Polônia, Haroldo Macedo Ribeiro, destacou que as objeções polonesas não questionam a qualidade dos produtos brasileiros. “Há grande interesse e confiança no que o Brasil produz e exporta. As razões para a oposição são de outra natureza, não relacionadas à produção ou a questões ambientais”, afirmou.
Em 2024, o Brasil exportou US$ 319,9 milhões em produtos alimentícios e animais vivos para a Polônia, além de US$ 343,9 milhões em matérias-primas não comestíveis, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Outros itens, como máquinas (US$ 63,6 milhões), artigos manufaturados (US$ 55,4 milhões) e bebidas e tabaco (US$ 44,5 milhões), também figuram na pauta comercial. A missão, que prossegue em Varsóvia até sábado (26), seguirá para Bruxelas, na Bélgica, nos dias 28 e 29, para novas rodadas de negociações.
A confiança polonesa no agronegócio brasileiro pode fortalecer a posição do Mercosul nas tratativas, mas as resistências ao acordo, motivadas por questões econômicas e políticas internas da UE, permanecem um desafio. “O diálogo com a Polônia é essencial para esclarecer mal-entendidos e avançar nas negociações”, disse um representante da Apex-Brasil.
Com a missão em curso, o Brasil busca consolidar parcerias comerciais na Europa, enquanto o futuro do acordo Mercosul-UE depende de novos entendimentos em Bruxelas.